A CRUZADA GUARANI

A CRUZADA GUARANI

“Singular e assombroso o destino de um povo como os Guarani!
Marginalizados e periféricos, nos obrigam a pensar sem fronteiras
Tidos como parcialidades, desafiam a totalidade do sistema.
Reduzidos, reclamam cada dia espaços de liberdade sem limites
Pequenos, exigem ser pensados com grandeza.
São aqueles primitivos cujo centro de gravitação já está no futuro.
Minorias, que estão presentes na maior parte do mundo.”
(Bartomeu Meliá)
Com o objetivo de reivindicar o que se supõe deveria ser na história o verdadeiro sentido da civilização guarani, surgiu, entre alguns escritores, uma corrente que inaugurou uma série de discussões polêmicas.
Uma destas correntes, entende que pertence ao patrimônio histórico da raça guarani a invejável civilização dos astecas do México e dos Incas do Peru e que todo esse monumento de glórias, criminosa e miseravelmente destruído pelos espanhóis, foi roubado a essa família indígena.
Obedecendo esta ordem de idéias, concebe ela que os guaranis chegaram a fundar, nos demais recantos da América do Sul, uma considerável civilização pré-colombiana e que os europeus a destruíram com tal habilidade que até os vestígios desapareceram.
A Grande Confederação Guaranítica, compreendeu inúmeras nações esparramadas pelo Continente Sul Americano, sendo a capital dessa civilização uma grande cidade denominada “Mbaeveraguasú”. Imaginam os defensores dessa corrente, que os guaranis eram comunistas puros, organizados em Estado, com feição altamente civilizada. Para eles a palavra “guarani”, tinha um sentido amplo e compreendia todos os indígenas de mais da metade do continente americano, excluindo-se, algumas raças que reputavam inferiores, sem as qualidades que ornam o caráter e a inteligência das múltiplas nações guaranis.
Há entretanto, algumas tribos, que não sendo guaranis, acomodaram-se aos costumes destes, em uma fusão regular, sendo por isso mesmo seus parentes, ou vassalos, como aconteceu com os “Aruacás”, que acompanharam os “Caraivés”, desde as Antilhas, como seus escravos.
Percebe-se portanto, que os guaranis correspondem ao homem sul-americano por excelência.
COMO TUDO COMEÇOU…

Para nos assenhorarmos dos verdadeiros pendores que dominam a alma coletiva de tão curiosa civilização, teremos que buscar recursos na história.
A Cruzada Guarani II

A nação guarani à luz do “descobrimento” conglomerava diversos povos. Com a chegada dos espanhóis (1537 em Assunción), foram diferentes as formas de contato e distintas as adaptações históricas-culturais da nação guarani. Podemos dividi-los a partir deste momento, em três grupos, ou três trajetórias.
1. O indígena que sofreu o impacto imediato do colonialismo. Encontramos aqui o índio “civilizado” e o escravo encomendado. Os índios civilizados, foram aqueles que lhes foi roubada a felicidade e convencidos à força de que os donos da civilização era os europeus. Estes foram os que mais sofreram adaptações. Já o índio encomendado, era aquele entregue ao espanhol para a catequese e conversão. Doutrinavam os índios em troca da utilização de seu trabalho. Na verdade, tal troca, acobertava uma disfarçada escravidão. Desse grupo, sobraram muito poucos, pois conduzidos a um cativeiro deshumano, acabaram dizimados, pela intensidade do trabalho forçado ou pelas inúmeras doenças trazidas pelos conquistadores.
2. Os guaranis reduzidos ou missioneiros, que buscavam refúgio da sanha colonial nas reduções jesuíticas. As reduções se constituíam em um Estado dentro do Estado. Neste aldeamentos fechados, os índios aprenderam ofícios tornando-se artesãos, marceneiros, carpinteiros e músicos, o que lhes permitiu dirigirem-se para os centros urbanos, como Montevidéu, Buenos Aires e Santa Fé, após a expulsão dos jesuítas das colônias ibéricas.
No inicio da civilização, os colonos sentiram a necessidade imprescindível do auxílio do missionário para a pacificação indígena. Mas, aos poucos o homem branco, emancipou-se daquela dependência e aliando-se com o mameluco, organizaram-se em bandeiras e, armados em verdadeiros exércitos, passaram a caçar o índio, para explorar e corromper. Eram invencíveis, sobretudo em uma luta com missionários e índios inermes. Ao desejo de enriquecer aliava-se a sede de glória, iniciando-se deste modo, um genocídio. Poucos foram os que conseguiram bater em retirada, único meio de fugir aquela ameaça de destruição. Mas, mesmo experimentando grande regozijo de escapar à sanha de seus agressores, tiveram os heróicos retirantes de enfrentar muitos perigos e sofrimentos durante a sua longa cruzada de fuga.
Alguns dirigiram-se para o Paraguai, onde o Guarani Paraguaio é hoje falado por cerca de 3 milhões de pessoas; para a Bolívia, onde o Guarani Boliviano (ou Chiriguano) é falado por cerca de 50 mil pessoas e para o norte da Argentina. Dos índios capturados, alguns tornaram-se escravos dos bandeirandes (séc. XVIII) e outros tornaram-se empregados de fazendeiros brasileiros e paraguaios, que iniciaram a ocupação destas terras com a extração da erva-mate.
3. O terceiro grupo a salientar, é o guarani que permaneceu fora do alcance da fome colonial, mantendo-se escondido nas densas florestas paraguaias. Os Caaguá foi um grupo que logrou manter sua cultura quase que intacta. Dele descendem os Guarani Mbya, Chiripá ou Ñandeva e os Paitvyterã ou Kaiowá. Eles foram raramente visitados por algum viajante no século XIX e conseguiram passar para o século XX, sem interferências exteriores.
A ALMA GUARANI

O guarani é um indivíduo profundamente espiritual. Embora haja muitos sub-grupos, todos compartilham de uma religião que enfatiza a terra. O conceito de terra para eles está relacionada a idéia de terra-sem-males, na concepção de “bem viver”, um lugar onde se vive o “teko” (jeito de ser). Ou seja, não concebem a terra em sua materialidade, mas a consideram como necessária para ser construída e arada culturalmente.
.Seguindo mensagens de Nhanderú, eles buscam o que acreditam ser a “Terra sem Males”, um lugar onde não falta caça, pesca e muita paz. A sua procura, localizada no imaginário dos Guarani, para além do Atlântico, por si só, não minimiza as responsabilidades dos brancos sobre os poucos espaços territoriais que sobraram para esses índios. A sua perambulação, organizados em pequenos grupos familiais, por estradas e rodovias do Sul e Sudeste do país, é uma face trágica dessa diáspora.
Por uma terra sem males” é o sugestivo lema da Campanha da Fraternidade 2002.
O MITO DA TERRA-SEM-MALES

O grupo com o qual Nimuendaju (Curt Unkel, 1883-1945, etnólogo alemão) teve contato, guardou em seu imaginário mitológico a iminência da destruição do mundo por um incêndio e um dilúvio e a entrada em uma terra onde não haveria mais sofrimento, nem morte.
Conta este mito dos Guarani, “quando Nhanderuvuçu ( nosso grande Pai) resolveu acabar com a terra, devido à maldade dos homens, avisou antecipadamente Guiraypoty, o grande pajé, e mandou que dançasse. Esse obedeceu-lhe, passando toda a noite em danças rituais. E quando Guiraypoty terminou de dançar, Nhanderuvuçu retirou um dos esteios que sustentam a terra, provocando um incêndio devastador.
Guiraypoty, para fugir do perigo, partiu com sua família para o Leste, em direção ao mar. Tão rápida foi a fuga, que não teve tempo de plantar nem de colher mandioca. Todos teriam morrido de fome, se não fosse o seu grande poder que fez com que o alimento surgisse durante a viagem. Quando alcançaram o litoral, seu primeiro cuidado foi construir uma casa de tábuas, para que quando viessem as águas, ela pudesse resistir. Terminada a construção, retomaram a dança e o canto.

O perigo tornava-se cada vez mais iminente, pois o mar, como que para apagar o grande incêndio, ia engolindo toda a terra. Quanto mais subiam as águas, mais Guiraypoty e sua família dançavam.

E para não serem tragados pela água, subiram no telhado de casa. Guiraypoty chorou, pois teve medo. Mas sua mulher lhe falou:

” Se tens medo, meu pai, abre teus braços para que os pássaros que estão passando possam pousar. Se eles sentarem no teu corpo, pede para nos levar para o alto.”

E, mesmo em cima da casa, a mulher continuou batendo a taquara ritmadamente contra o esteio da casa, enquanto as águas subiam.

Guiraypoty entoou então o nheengaraím, o canto solene Guarani. Quando iam ser tragados pela água, a casa se moveu, girou, flutuou, subiu… subiu até chegar à porta do céu, onde ficaram morando.

Esse lugar para onde foram chama-se YvY marã ei ( a “terra sem males”). Aí as plantas nascem por si próprias, a mandioca já vem transformada em farinha e a caça chega morta aos pés dos caçadores. As pessoas nesse lugar não envelhecem e nem morrem, e aí não há sofrimento.”
Durante diversos espaços de tempo e de formas variáveis, grupos guarani reviveram historicamente este mito. Relatado por Curt Nimuendaju (nome que significa “homem que abriu seu próprio caminho”), no início do século XX, os pajés dos Guarani Apapocuva, buscaram a Terra-sem-mal no leste. Em todas as viagens apontadas para esta direção, o mito se fez história.
A Terra-sem-mal era uma dádiva a ser encontrada, localizada à leste, além do oceano e no alto.
TRAJETÓRIA E OBJETIVO DA MIGRAÇÃO

A causa do êxodo Guarani sempre foi a imperativa necessidade de encontrarem um lugar onde possam viver em segurança, segundo seu antigo modo de ser, ou seja, a busca da “Terra-sem-males”.
“Os primeiros que abandonaram a sua pátria, migrando para o leste foram os vizinhos meridionais dos Apapocuva: a horda dos Tañyguá, sob a liderança do pajé chefe Ñanderyquyní, que era temido feiticeiro. Subiram lentamente pela margem direita do Paraná, atravessando a região dos Apapocúva, até chegar à dos Oguauíva, onde seu guia morreu. Seu sucessor, Ñanderuí, atravessou com a horda do Paraná – sem canoas, como conta a lenda – , pouco abaixo da foz do Ivahy, subindo então pela margem esquerda deste rio até a região de Villa Rica, onde cruzando o Ivahy, passou-se para o Tibagy, que atravessou na região de Morro Agudos.
Rumando sempre em direção ao leste, atravessou com seu grupo o rio das Cinzas e o Itararé até se deparar,finalmente com os povoados de Paranapitinga e Pescaria na cidade de Itapetinga, cujos primeiros colonos nada melhor souberam fazer que arrastar os recém-chegados a escravidão. Eles porém, conseguiram fugir, perseverando tenazmente em seu projeto original, não de volta para o oeste, mas para o sul, em direção ao mar. Escondidos nos ermos das montanhas da Serra dos Itatins fixaram-se então, a fim de se prepararem para a viagem milagrosa através do mar à terra onde não mais se morre.”
Os Guarani Mbya, começaram a chegar, ao que se sabe, a partir do início do século XX. Em 1921, Nimuendaju, na época funcionário da antigo SPI, teve a ventura de acompanhar de perto a migração de um pequeno grupo Mbya rumo ao mar. Esta fantástica experiência não modificou apenas o modo desse antropólogo alemão encarar a sociedade Guarani, como a partir de então, iria influenciar de maneira decisiva, o modo como a maioria dos antropólogos passaria a ver os Guarani.
Dizimados por doenças e obcecados com a fuga da destruição do mundo, Nimuendaju alcançou-os perto de Itanhaém/SP. Quando chegaram ao litoral, termina sua viagem horizontal e histórica. Inicia-se então a caminhada que deveria, através da dança, tomar um rumo vertical. Dançaram três dias até a exaustão e então veio a terrível decepção: o fracasso. “Havia ocorrido algum erro, que anulara toda a magia e que, fechara para sempre o caminho para o Além aos peregrinos”. A maioria dos Guarani convenceu-se que já não poderiam alcançar a “Terra-sem-mal”, pela falta de um instrumento e pela interpretação incorreta do mito.
Depois partiram “na direção do noroeste, convencidos de que a Terra-sem-mal se localizava, não além do oceano e sim no centro da Terra”. Segundo Egon Scahden, somente poderiam ir em sua busca, aqueles que guardavam intactas suas crenças originais.
Hoje existem “aqueles que acreditam que só sua alma retornará a Nhanderú retã.” Mas há ainda aqueles, que acreditam conseguir atravessar o oceano com corpo e alma e superando a prova da morte, serem testemunho da tradição.
Uma alucinada tentativa de alcançar a qualquer custo a Terra-sem-mal, pode ser observada entre os Guarani e Kaiowá no Mato Grosso do Sul. Nos anos entre 1986 a 2000, 337 índios das áreas de Dourados, Amambaí, Caarapó, Porto Lindo e Takuapery, cometeram suicídio. A ampla espoliação de seu território físico e espiritual e a falta de perspectiva de encontrarem a sua prometida terra-sem-mal, os levaram a depressão profunda, o que concorreu para a concretização de tão trágico fim.
Na utopia da Terra-sem-mal, o imediatismo histórico ficou frustrado.
Em busca da “Terra-sem-mal”, vivem hoje os Guarani, ameaçados do Mal sem Terra.
A batalha dos Guarani pela sobrevivência física e cultural continua nos dias atuais, no Paraguai, Argentina e Brasil (Maranhão, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). A luta pela demarcação ou reconquista de suas terras confundem-se com a recuperação de sua identidade étnica.
Os Guarani somam hoje, aproximadamente, trinta mil pessoas em todo o território brasileiro.
Com esta pequena contribuição, viso despertar a curiosidade do leitor à tudo que se refere à civilização do índio sul-americano que até nossos dias permanece como objeto de acurado estudo. Enfatizo também, meu carinho e respeito pelas tradições deste povo, guardando como relíquia preciosa tudo o que evoca sua história e anima a lembrança de seus dias mais remotos.

“America Ameríndia,
aínda na Paixão:
um dia tua Morte
terá Ressurreição!”
Bibliografia consultada
C. Nimuendaju Unke. As Lendas de criação e destruição do mundo como fundamentos da religião dos Apapokura-Guarani. SP. 1987.
M. I. Queiroz – O Mito da terra sem males: uma utopia guarani?. Revista de Cultura Vozes. 67/1 (1973)
M. Bartolomeu. El guarani: experiência religiosa. Asunción. 1991
E. SCHADEN. Aspectos fundamentais da cultura guarani. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1962.

LA CRUZADA GUARANI

“Singular y asombroso el destino de un pueblo como los Guarani!
Marginal izados  y periféricos, obligan nosotros a pensar sin fronteras

Son hechos como parcialidades, desafían la totalidad del sistema.
Reducidos, reclaman cada día espacios de libertad sin limites
Pequeños, exigen ser pensados con grandeza.
Son aquellos primitivos cuyo centro de gravitación  ya está en lo futuro.
Minorías, que están presentes e n la mayor parte do mundo.”
(Bartomeu Meliá)

Con el objetivo de reivindicar lo que por supuesto debería ser en la historia lo verdadero sentido da civilización guarani, surgía, entre algunos escritores, una corriente que inauguró una serie de discusiones polémicas.

Una de estas corrientes, entiende que pertenece al patrimonio histórico de la raza guarani a envidiable civilización de los aztecas do México y de los Incas do Peru e que todo ese monumento de glorias, criminosa e miserablemente destruido pelos españoles, fue robado a esa familia indígena.

Obedeciendo esta orden de ideas, concibe ella que los guaranis llegaran la fundar, en los demás  hogares de la América del Sur, una considerable civilización pre-colombiana y que los europeos la destruirán con tal habilidad que até los vestigios desaparecerán.

A Grande Confederación  Guaranítica, comprende innumeras naciones esparcidas pelo Continente Sur Americano, sendo a capital de esa civilización una grande ciudad denominada “Mbaeveraguasú”. Imaginan los defensores de esa corriente, que os guaranis eran comunistas puros, organizados en Estado, con fisonomía altamente civilizada. Para ellos la palabra “guarani”, tenia un sentido amplio y comprendía todos los indígenas de mas de la mitad de lo continente americano, excluido-se, algunas razas que reputaban inferiores, sin las cualidades que ornan lo carácter y la inteligencia de las múltiplas naciones guaranis.

Ha entretanto, algunas tribus, que no sendo guaranis, acomodaran-se a los costumbres de estos, en una fusion regular, sendo por eso mismo sus parientes, o vasallos, como acontece con los “Aruacás”, que acompañaran los “Caraivés”, desde las Antilhas, como sus esclavos.

Percebe-se por tanto, que os guaranis corresponden al hombre sur-americano por excelencia.

COMO TUDO COMEÇOU…

Para que seamos ciertos de los verdaderos pendones que dominan la alma colectiva de tan curiosa civilización , tendremos que buscar recursos en la historia.

La Cruzada Guarani II

La nación guarani a la luz de lo “descubrimiento” conglomeraba diversos pueblos. Con la llegada de los españoles (1537 en Asunción), fueran diferentes las formas de contacto e distintas as adaptaciones históricas-culturales de la nación  guarani. Podemos dividí-los a partir de este momento, en tres grupos, o tres trayectorias.

1. Lo indígena que sufre lo impacto inmediato do colonialismo. Encontramos aquí lo indio “civilizado” y lo esclavo encomendado. Los indios civilizados, fueran aquellos que les fue robada la felicidad y convencidos a la fuerza de que los dueños de la civilización eran los europeos. Estos fueran los que mas sufrieran adaptaciones. Ya lo indio encomendado, era aquello entregue al español para la catequice y conversión. Doctrinaban los indios en cambio de la utilización  de su trabajo. En la verdad, tal cambio, encubría una disfrazada esclavitud. De eso grupo, sobraran mucho pocos, pos conducidos a un cautiverio deshumano, acabaran desapareciendo, por la intensidad de lo trabajo forzado o por las innumeras dolencias que venían por los conquistadores.

2. Los guaranis reducidos o misioneros, que buscaban refugio da saña colonial en las reducciones jesuíticas. As reducciones se constituían en un Estado adentro de lo Estado. En estas aldea cerradas, los indios aprenderán oficios tornando-se artesanos, mercenaria, carpinteros e músicos, o que les permitía dirigieren-se para los centros urbanos, como Montevideo, Buenos Aires e Santa Fe, después a expulsión de los jesuitas de las colonias ibéricas.
No inicio da civilización, los colonos sentirán la necesidad imprescindible del auxilio del misionero para la pacificación indígena. Mas, al los  pocos lo hombre blanco, emancipo-se de aquella dependencia y aliando-se con o mameluco, organizaran-se en banderas y, armados en verdaderos ejércitos, pasaran a cazar lo indio, para explorar e corromper. Eran invencibles, sobretodo en una lucha con misioneros e indios inermes. Al deseo de enriquecer aliaba-se a sede de gloria, iniciando-se de este modo, un genocidio. Pocos fueran los que conseguirán huir en retirada, único meo de huir de aquella amenaza de destrucción. Mas, mismo experimentando grande regocijo de escapar a la saña de sus agresores, tuvieran los heroicos retirantes (huidos) de enfrentar muchos peligros y sufrimientos durante la su longa cruzada de fuga.
Algunos dirigirán-se para o Paraguay, donde lo Guarani Paraguayo es hoy hablado por cerca de 3 millones de personas; para a Bolivia, donde lo Guarani Boliviano (o Chiriguano) es hablado por cerca de 50 mil personas y para lo norte da Argentina. De los indios capturados, algunos tornaran-se esclavos de los bandeirantes (séc. XVIII) y otros tornaran-se empleados de estancieros brasileros y paraguayos, que iniciaran la ocupación de estas tierras con la extracción de la hierba-mate.
3. Lo tercero grupo, es l guarani que permaneció fuera del alcance de la hambre colonial, mantenido-se escondido en las densas florestas paraguayas. Os Caaguá fue un grupo que logro mantener su cultura cuaje que intacta. De ello descienden los Guarani Mbya, Chiripá ou Ñandeva e os Paitvyterã ou Kaiowá. Ellos fueran raramente visitados por alguno viajante en lo siglo XIX e conseguirán pasar para el siglo XX, sin interferencias exteriores.

LA ALMA GUARANI

Lo guarani es un individuo profundamente espiritual. Todavía aja muchos sub.-grupos, todos comparten de una religión que enfatiza la tierra. Lo concepto de tierra para ellos esta relacionada la idea de tierra-sin-males, en la concepción de “bien vivir”, un lugar donde se vive o “teko” (jeito de ser). O sea, no conciben la tierra en su materialidad, mas la consideran como necesaria para ser construida e arada culturalmente.

Seguido las mensajes de Nhanderú, ellos buscan lo que acreditan ser a “Tierra sin Males”, un lugar donde no falta caza, pesca e mucha paz. La su procura, localizada no imaginario de los Guarani, para allá de lo Atlántico, por si solo, no minimiza las responsabilidades dos blancos sobre los pocos espacios territoriales que sobraran para estos indios. La su perambulação (andar sin rumo), organizados en pequeños grupos familiares, por estradas del Sur e Sudeste del país, es una faz trágica de esa diáspora.

Por una tierra sin males” é o sugestivo lema da Campaña de la Fraternidad en 2002.

El MITO DA TERRA-SEM-MALES

O grupo con lo cual Nimuendaju (Curt Unkel, 1883-1945, etnólogo alemán) tuve contacto, guardó en su imaginario mitológico la inminencia de la destrucción  de lo mundo por un incendio y un diluvio y la entrada en una tierra donde no tenería mas sufrimiento, ni muerte.

Cuenta esto mito de los Guarani, “cuando Nhanderuvuçu ( nuestro grande Padre) resolved acabar con la tierra, debido a la maldad de los hombres, aviso anticipadamente Guiraypoty, lo grande paje, y mando que danzase. Ese obedece-le, pasando toda la noche en danzas rituales. Y cuando Guiraypoty terminó de danzar, Nhanderuvuçu retiro un de los amparos que sustentan la tierra, provocando un incendio devastador.

Guiraypoty, para huir del peligro, partió con su familia para o Leste, en dirección al mar. Tan rápida fue la fuga, que no tuve tiempo de plantar mandioca. Todos tendrían muertos de hambre, si no fuera su grande poder que hizo con que lo alimento surgirse durante la viajen. Cuando alcanzaran lo litoral, su primero cuidado fue construir una casa de tablas, para que cuando viesen las aguas, ella pudiese resistir. Terminada la construcción, retomaran la danza y lo canto.

Lo peligro tornaba-se cada vez mas inminente, pos lo mar, como que para apagar lo grande incendio, ya engullendo toda la tierra. Cuanto más subían las aguas, más Guiraypoty y su familia danzaban.

E para no ser tragados por la agua, subirán no tejado de  la casa. Guiraypoty lloró, pos tuve medo. Mas su mujer le hablou:

” Se tienes medo, mí padre, abre tus brazos para que los pájaros que están pasando posan posar. Se ellos sentaren en tu cuerpo, pede para nos levar para o alto.”

Y, mismo en cima da casa, la mujer continuó batiendo la taquara (bambú)  ritmadamente contra el amparo de la casa, en cuanto las aguas subían.

Guiraypoty cantó entonces lo nheengaraím, lo canto Guarani. Cuando serían tragados por la agua, la casa se mueve,  da giros, fluctúa , sube… sube até llegar a la porta del cielo, donde quedaran morando.

Esto lugar para donde fueran llama-se YvY marã ei ( la “tierra sin males”). Ahí las plantas nacen por si propias, la mandioca ya viene transformada en harina y la caza llega muerta al los pies de los cazadores. Las personas en ese lugar no envejecen  y ni mueren, y ahí no hay sufrimiento.”

Durante diversos espacios de tempo y de formas variables, grupos guarani revivirán históricamente esto mito. Relatado por Curt Nimuendaju (nombre que significa “hombre que abre su propio camino”), no inicio d e lo siglo XX, los pajes dos Guarani Apapocuva, buscaran la Tierra-sin-mal no leste. En todas las viajen apuntadas para esta dirección, lo mito se hizo historia.

La Tierra-sin-males era una dádiva a ser encontrada, localizada à leste, después de lo océano e no alto.

TRAJETÓRIA E OBJETIVO DA MIGRAÇÃO

La causa do éxodo Guarani siempre fue la imperativa necesidad de encontraren un lugar donde posan vivir con seguridad, segundo su antiguo modo de ser, o sea, la busca da “Tierra-sin-males”.

“Los primeros que abandonaran su patria, migrando para o leste fueran los vecinos meridional dos Apapocuva: la horda dos Tañyguá, liderados por paje Ñanderyquyní, que era temido hechicero. Subirán lentamente pela margen directa do Paraná, atravesando la región de los Apapocúva, até llegar a la de los Oguauíva, donde su guía muere. Su sucesor, Ñanderuí, atravesó con la horda do Paraná – sin canoas, como cuenta la leyenda – , poco abajo da foz do Ivahy, subiendo entonces por la margen izquierda de este río até la región de Villa Rica, donde cruzando lo Ivahy, pasó-se para o Tibagy, que atravesó en la región de Morro Agudos.

Rumo siempre en dirección al leste, atravesó con su grupo o río das Cinzas y lo Itararé até se deparar, finalmente con los pueblos de Paranapitinga y Pescaria en la ciudad de Itapetinga, cuyos primeros colonos nada mejor subieran hacer que arrastrar los recen-llegados a esclavitud. Ellos pero, conseguirán huir, perseverando tenazmente en su proyecto original, no de vuelta para lo oeste, mas para lo sur, en dirección al mar. Escondidos en las montañas da Serra dos Itatins quedaran-se entonces, a fin de se prepararen para la viajen milagrosa a través do mar a la tierra donde no mas se muere.”
Los Guarani Mbya, comenzaran  a llegar, al que se sabe, a partir do inicio do siglo XX. En 1921, Nimuendaju, en la época funcionario de la antiguo SPI, tuve la ventura de acompañar la migración de un pequeño grupo Mbya rumo al mar. Esta fantástica experiencia no modifico apenas o modo de esto antropólogo alemán encarar la sociedad Guarani, como a partir de entonces, iría influenciar de manera decisiva, o modo como la mayoría de los antropólogos pasaría a ver los Guarani.
Reducidos a pocos por dolencias y obcecados con la fuga de la destrucción del mundo, Nimuendaju alcanzo-os próximo  de Itanhaém/SP. Cuando llegaran al litoral, termina su viajen horizontal e histórica. Inicia-se entonces la caminada que debería, a través de la danza, tomar un rumo vertical. Danzaran tres días até a exhaustazo y entonces venia la terrible decepción o fracaso. “havia ocurrido algún erro, que anulara toda a magia e que, fechara para siempre lo camino para o además de los peregrinos”. La mayoría de los Guarani convence-se que ya no podrían alcanzar la “Tierra-sin-mal”, pela falta de un instrumento e pela interpretación incorrecta do mito.

Después partirán “en la dirección do noroeste, convencidos de que la Tierra-sin-males se localizaba, no después do océano e si en lo centro de la Tierra”. Segundo Egon Scahden, solamente podrían ir en su busca, aquellos que guardaban intactas sus creencias origináis.

Hoy existen “aquellos que acreditan que solo su alma retornará a Nhanderú retã.” Mas hay aquellos, que acreditan conseguir atravesar lo océano con cuerpo y alma y superando la proba de la muerte, ser testigo de la tradición.
Una alucinada tentativa de alcanzar a cualquier costo la Tierra-sin-males, pode ser observada entre os Guarani e Kaiowá no Mato Grosso do Sul. Nos anos entre 1986 a 2000, 337 indios de las áreas de Dourados, Amambaí, Caarapó, Porto Lindo e Takuapery, cometieron  suicidio. La amplia expoliación de su territorio físico e espiritual e a falta de perspectiva de encontraren a su prometida tierra-sin-males, los levaran la depresión  profunda, o que levó para a concretización  de tan trágico fin.

En la utopía de la Tierra-sin-males, lo inmediato  histórico quedó frustrado.

En busca da “Tierra-sin-males”, viven hoy los Guarani, amenazados do Mal sin Tierra.
La batalla de los Guarani pela sobre vivencia física e cultural continua nos días actuáis, no Paraguai, Argentina e Brasil (Maranhão, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). La lucha pela demarcación o reconquista de sus tierras confunden-se con la recuperación de su identidad étnica.
Los Guarani soma hoy, aproximadamente, treinta mil personas en todo o territorio brasilero.

Con esta pequeña contribución, viso despertar la curiosidad do lector a la todo que se refiere a la civilización de lo indio sur-americano que até nuestros días permanece como objeto de estudio. Enfatizo tamben, mío cariño y respecto pelas tradiciones de este pueblo, guardando como reliquia preciosa todo lo que evoca su historia e anima el recuerdo de sus días mas remotos.

“America Ameríndia, aínda na Paixão: um dia tua Morte terá Ressurreição!”

Bibliografia consultada

C. Nimuendaju Unke. As Lendas de criação e destruição do mundo como fundamentos da religião dos Apapokura-Guarani. SP. 1987.

M. I. Queiroz – O Mito da terra sem males: uma utopia guarani?. Revista de Cultura Vozes. 67/1 (1973)

M. Bartolomeu. El guarani: experiência religiosa. Asunción. 1991

E. SCHADEN. Aspectos fundamentais da cultura guarani. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1962.

la new age redescrubre la espiritualidad de los indios y su existencia

“Marc Vallée y su hermana, Martine, son editores canadienses de los
libros de Kryon (*libros Nueva Era) en idioma francés para todo el
mundo… Los comunicados de Kryon conmovieron a Marc profundamente, y
como resultado de esa experiencia él ha fundado la Convergence
Foundation. Esta es una organización… dedicada a construir una red
de gente con conciencia y propósitos elevados… con el deseo de
proporcionar una masa crítica que dejará efectos positivos y
permanentes en la política, la economía y la ecología de la tierra.

…Para empezar, el plan es ponerse en contacto y relacionarse con la
gente más sabia del planeta…Esta gente sabia puede encontrarse
entre los ANCIANOS de los pueblos INDIGENAS de toda la Tierra… Se
trata de adquirir sabiduría de aquellos quienes jamás se han separado
de la naturaleza. Hay un dicho que expresa que a medida que el hombre
se separa de la naturaleza, también se separa de sí mismo.
…Más o menos al mismo tiempo que Marc, pero en forma independiente,
Woody y Catie Vaspra de Colorado decidieron…crear una fundación sin
fines de lucro, el WORLD COUNCIL OF ELDERS (WCOE) [El Concejo Mundial
de Ancianos], que ayudaría a la misma misión a la que Marc apuntaba;
una masa crítica de conciencia elevada que surja de aquellos que
nunca lo perdieron. Dejaron sus trabajos y se pusieron a la tarea de
intentar entrar en contacto con los ancianos de las diversas tribus.

(…) Marc, Woody y Catie informan que cuando exponen sus ideas a
estos ancianos, ellos les responden: “los estábamos esperando”. Sin
importar si es en Canadá, los Estados Unidos, Perú, la Costa del
Marfil de África, o los círculos interiores de los pueblos indígenas
de las Islas Hawai, la respuesta ha sido: “los estábamos esperando”.
Entre los verdaderos ancianos, ha desaparecido casi todo el odio que
sienten por lo que les hicimos, y lo que les quitamos…

Dice Woody Vaspra, tras su encuentro con un anciano Hopi:
(…)Hay un despertar en todo el planeta, tanto en la sociedad
moderna con en los pueblos indígenas. Ellos están sintiendo los
cambios principales en los desplazamientos de energía que están
sucediendo, no sólo en este planeta sino en todo el universo. Los
Ancianos Espirituales de los pueblos indígenas están sintiendo esta
transformación intensamente, pero también están listos para entrar en
acción. Cuando visitábamos a los Ancianos, muchos decían
enfáticamente: “éste es el momento para que se unan los Ancianos,
para que se unifiquen todos los pueblos y sanar la Madre Tierra”…
Ahora hay muchas actividades simultáneas entre los Ancianos
Espirituales indígenas en varios continentes. Muchas religiones se
están uniendo para resolver las diferencias y comenzar a trabajar
juntas por el bien de la humanidad.
(…) Los pueblos indígenas saben que todos somos uno con el Creador,
y que nosotros mismos somos poderosos creadores. Los Ancianos pueden
ayudarnos a recordar quienes somos realmente y cual es el papel de la
humanidad en la Tierra. … Este es el tiempo de reencontrarse con la
familia. “Mitakuye Oyasin”, “estamos todos conectados”.

(…) Los pueblos indígenas han estado en el planeta durante cientos
de años y saben como conectarse y vivir en armonía con la Madre
Tierra y mantener abierto el canal hacia el Espíritu. El mundo
occidental ha perdido esta conexión, pero mucha gente está tomando
conciencia de que esto no puede seguir por mucho tiempo. Debemos
entrar en acción, ya que la respuesta está en el planeta.
Muchos pueblos indígenas han tenido profecías y visiones a través del
tiempo que nos dicen que este es el momento para la reunificación de
todos los pueblos en sabiduría y armonía con la Madre Tierra y entre
ellos mismos. (…)
Ellos han sido fieles guardianes de la sabiduría… De hecho, nos
hemos enterado de que los Ancianos de pueblos indígenas se han estado
reuniendo en pequeños grupos de cuando en cuando y han creado redes
de trabajo para este mismo propósito. (…)
El Consejo Mundial de ancianos (WCOE) es un grupo en desarrollo de
los Ancianos indígenas o nativos de todo el mundo; que se unen para
aconsejar y educar a la humanidad acerca de la paz mundial.

(…) Los Ancianos comparten típicamente una conciencia y
conocimiento espiritual profundos, conexión con la Madre Tierra,
simplicidad, humildad, dignidad, y por supuesto, sentido del
humor :). También comparten el deslumbrante conocimiento común de
quiénes somos, de dónde venimos, y a dónde tenemos el potencial de ir
cuando escuchamos a nuestros corazones y seguimos a nuestro
propio “saber interior”….
Diariamente, ellos siempre buscaron el consejo del gran Espíritu y la
Madre Tierra para que los ayudaran a comprender los principios de la
vida en el planeta. De estas enseñanzas, los Ancianos entendieron las
energías y vibraciones del planeta y su conexión con el universo.
Este conocimiento ayudó a los pueblos indígenas a vivir en estrecha
relación con los elementos de la Tierra. Mantuvieron la vida sencilla
y básica. Históricamente, cada vez que una sociedad se hizo demasiado
compleja y perdió su conexión con el gran Espíritu y la Madre Tierra,
se autodestruyó o eventualmente desapareció.
La actual, continua devastación de la Madre Tierra, y el
comportamiento atroz de los humanos entre ellos mismos ponen muy de
manifiesto que la vida tal como existe en este planeta se encuentra
en un equilibrio muy precario. Los pueblos indígenas del planeta han
experimentado estos dolorosos cambios y siente que AHORA se debe
hacer algo (…)

En nuestro trabajo vamos descubriendo que hay dos tipos de Ancianos.
El primer tipo son los Ancianos viejos, generalmente tienen entre 70
y 120 años. Han adquirido la sabiduría de sus ancestros a través de
lecciones y experiencias. Muchos de ellos fueron elegidos a temprana
edad para ser quienes son. Sienten una conexión muy fuerte con la
Madre Tierra a través de la tierra, el agua, el cielo, y el fuego, y
vivencian su espiritualidad todos y cada uno de los minutos de sus
días. Se relacionan a las energías que emanan de los ambientes
locales. Es por eso que estos Ancianos se muestran tan firmes en la
preservación de sus tierras sagradas. Para mantener el equilibrio con
la Madre Tierra es muy importante conocer estas energías y cómo
relacionarse con ellas. Es un lazo muy fuerte que les resulta difícil
romper, aunque se trate de dejar sus hogares temporalmente.

Muchos de estos Ancianos portan las antiguas profecías de sus
ancestros. Saben que es el momento de dar a conocer estas profecías a
los pueblos del planeta, y muchas hablan de este tiempo específico.
Algunas de estas profecías son funestas para el planeta, y a veces
parecen acertadas si miramos como éste es profanado al extremo.
Muchos de los recursos de la Madre Tierra están siendo extraídos sin
la reparación para crear un equilibrio. Los Ancianos llaman a esta
reparación pago. El mundo occidental actual no está realizando el
pago suficiente para compensar lo que se está utilizando como
combustible de esta sociedad moderna. De hecho, la mayoría de los
occidentales están aparentemente desconectados de quiénes son y de
cómo funcionan las cosas, y desconocen los desequilibrios que están
creando.
(…) Muchos de estos Ancianos han vivido el tiempo suficiente como
para experimentar las extremas dificultades que sus pueblos han
padecido. La pérdida de sus tierras sagradas y el odio hacia aquellos
que las tomaron mora todavía en sus corazones. Sin embargo, muchos
están encabezando la forma de perdonar lo que se ha hecho a todo el
planeta. Sienten que hay un trabajo más importante por hacer: crear
equilibrio y armonía con la Madre Tierra, y unidad y paz entre las
personas. Más importante es la estrecha conexión con el Gran Creador.
Muchos de los Ancianos hablan de la libertad que existe en el perdón.
Este dejar pasar la vieja energía y abrir los corazones permite que
fluyan libremente el amor y la guía del Espíritu que nos une a todos

El otro tipo de Ancianos es más joven, tienen entre 40 y 70 años.
Muchos de ellos se encuentran todavía en el proceso de aprender y
experimentar. Son los que fueron enviados a escuelas para que fueran
educados bajo las normas occidentales. Muchos de estos Ancianos
modernos intentaron con éxito vivir en esta sociedad moderna, pero
enseguida sintieron el vacío y la separación del Espíritu y la Madre
Tierra. Eventualmente retornaron a sus hogares para volver a sus
raíces, porque es en la tierra que ellos se sienten plenos y vivos.
Al regresar a sus tierras comenzaron el proceso de aprender la
sabiduría antigua y la espiritualidad de los Ancianos mayores.
Algunos se convirtieron en los portadores de las profecías antiguas.
Pueden hablar varios idiomas, y saben como manejarse en el mundo
moderno.
Sin embargo, durante el proceso de aprendizaje, los Ancianos más
jóvenes rápidamente descubrieron que los métodos y conocimientos
antiguos tenían tanta validez como la tecnología moderna.(…)
Gran cantidad de estos Ancianos jóvenes también han asumido la
responsabilidad de compartir su sabiduría espiritual con el mundo.
Están compartiendo entre ellos sus ceremonias para crear un fuerte
lazo de energía para sanar al planeta y la humanidad, y también
sienten que es tiempo de que todas las personas compartan el
conocimiento y ayuden a otros a recuperar los poderes individuales
que les fueron quitados, o a los que alguna vez renunciaron.

Todos los humanos pueden recobrar la sabiduría y espiritualidad
interiores. Algunos de los Ancianos que hemos visitado se llaman a sí
mismos “PUENTES”. Pueden relacionarse con los dos mundos y han
aceptado la responsabilidad de ayudar al nuevo mundo a regresar a la
paz, armonía y amor. Estos Ancianos, como muchos de los individuos
que están ahora en el despertar, sienten que son puentes entre la
sabiduría antigua y el tiempo “ahora” de integración.

(…) Hay muchas maneras para saber si un individuo es un Anciano. Lo
más común es que sea reconocido/a por su propia gente…. Hay que
tener cuidado con el Anciano auto proclamado que permite al ego que
se interponga en el camino. Un Anciano jamás exige respeto; lo recibe
tranquilamente. Se puede sentir al Anciano. Los niños están siempre
alrededor de ellos, porque saben instintivamente que hay sabiduría
que emana de esas personas.

(…) Apenas se expresó la intención de coordinar un Concejo Mundial
de Ancianos, ocurrió la sincronicidad de todas las formas posibles, y
sigue ocurriendo. En julio de 1999, se llevó a cabo una presentación
formal en la conferencia de Kryon de verano en Santa Fe, Nuevo
Méjico. La respuesta fue emocionante, para sorpresa mía. Muchas de
las personas indígenas que asistieron resonaron con lo que se estaba
presentando. Se derramaron lágrimas porque este trabajo viene del
corazón, y ese día todos lo sintieron.
Enseguida después de la conferencia Catie y yo nos fuimos a Hawai
para asistir a la Conferencia Mundial de los Pueblos Indígenas sobre
Educación en Hilo. Conocimos a muchos Ancianos de varios lugares de
Pacific Rim. Nuevamente, todos reconocieron que era tiempo de que
comenzará un trabajo de este estilo. En muchas ocasiones al acercarme
a los Ancianos, ellos ya sabían de qué les iba a hablar. Hablábamos
de corazón a corazón aún antes que me reuniera con ellos. Cuando
finalmente yo abría la boca para hablar, me detenían y decían: “ya
sabemos que es el tiempo de un Concejo Planetario de Ancianos”.
Después del viaje a Hawai, visitamos a los Hopi (…)

A mediados de septiembre de 1999, nuestro próximo encuentro ocurrió
en Boulder, Colorado, lugar donde vivíamos Catie y yo en ese momento.
Otra vez por medio de la sincronicidad, nos enteramos de que un
chamán de los Andes del Ecuador visitaría una universidad local para
compartir una profecía que su pueblo había conservado durante cientos
de años. Supimos que la profecía que el chamán estaba revelando era
muy similar a la de los Hopi: “Los del Centro harán que el Águila del
Norte y el Cóndor del Sur se unan. Nos encontraremos con nuestros
familiares ya que todos somos Uno”.

Establecimos el contacto con este chamán andino y le explicamos el
trabajo del WCOE. Comprendió inmediatamente lo que sucedía y nos
invitó a que lo visitáramos a él y los otros Ancianos de su región.
Sin embargo, para nuestro asombro, el cumplimiento de la profecía
sucedería en cuestión de meses. (*Estas ceremonias ya se han
realizado y se siguen realizando todavía).

(…) En febrero del 2000, se llevó a cabo una reunión decisiva de
Ancianos de América del Norte, Central y del Sur, en varios lugares
sagrados Mayas… Los Ancianos se reunieron para celebrar el Año
Nuevo Maya, celebrar la última fase del calendario sagrado maya, que
concluye en el 2012, y realizar ceremonias para tener el vuelo del
Cóndor con el del Águila.
Además de esas celebraciones, se llevaron a cabo ceremonias entre los
Ancianos de América para posibilitar la profecía de América del Norte
y del Sur de unificar al CONDOR con el ÁGUILA. De acuerdo con la
profecía maya, ellos serán los facilitadores del encuentro de los
Americanos del sur con los del Norte.

Las dos aves mencionadas en las profecías tienen diversas
particularidades. El Águila es agresiva y busca a su presa. También
representa a la energía del Norte, que tiende a tener una naturaleza
más mental, mientras que el Cóndor es paciente y espera para
completar el ciclo de la vida. Este representa también la energía del
Sur, que tiende a tener una orientación del corazón. Cuando ambas
aves se encuentren y vuelen juntas en armonía, crearan un equilibrio.
La unificación de estas energías es necesaria para lograr un
equilibrio en la Madre Tierra y entre su gente.
También otros grupos de Ancianos se están reuniendo para ayudar a la
realización de la profecía…
Los encuentros de los Ancianos se realizaron con ceremonias. De esto
resultó una pequeña lista de prioridades:

1. Los Ancianos sintieron que la SANACION de la MADRE TIERRA era una
prioridad inmediata. Ella está sufriendo y lo refleja en muchas
partes del mundo….

2. Otra prioridad expresada por los Ancianos es la preservación de
lugares sagrados. Muchas de estas tierras son sagradas, ya que
sostienen la energía de la Madre Tierra. Si estos lugares no son
cuidados apropiadamente y se les agotan los recursos naturales, los
cambios que ocurren en las energía de esas regiones crean
desequilibrio, que afectará a todo el planeta…Los Ancianos que
están conectados con estás tierras saben cómo sanarlas, y nos pueden
enseñar a vivir en armonía con la nuestra Madre Tierra cuando estemos
preparados para escuchar.

3. La tercera prioridad de importancia es la sanación de los puntos
de entrada donde las sociedades dominantes vinieron a los continentes
del Hemisferio Occidental. Los Ancianos creen que todos debemos sanar
y perdonar. Es tiempo de que todas las personas se unan y concilien
las diferencias….

Todos debemos trabajar juntos para sanar a la Madre Tierra y preparar
el período espiritual que ha sido predicho por muchas personas en el
planeta. Los Ancianos creen fervientemente en estas prioridades. Se
está realizando más trabajo de unificación, pero estas tres
prioridades son fundamentales para que el planeta y todos sus
habitantes de estos tiempos sobrevivan.
Los Ancianos creen que es esencial sanar las heridas de la Madre
Tierra y equilibrar las energías primero, en preparación del nuevo
tiempo que se está aproximando tan rápido. Los Ancianos saben que una
vez que el trabajo de sanación se encuentre lo suficientemente
encaminado, las energías estarán en su lugar y ocurrirán las
sincronicidades para apoyar el trabajo que vendrá como resultado
natural.
(…) Ellos también están particularmente interesados en la educación
de los niños, especialmente aquellos niños que están llegando en
estos tiempos con creatividad, receptividad y otras capacidades
incrementadas para integrar la sabiduría antigua con la tecnología
moderna (…)

Entrevista: Espiritu Mapuche

Entrevista: Espiritu Mapuche
BENEDICTO MELIN, COFUNDADOR DEL PARLAMENTO MAPUCHE
“Ser organizados nos salvó del genocidio”
No cuento mis años: cuando muera volveré a la tierra Mapu a través de los árboles y los ríos y viviré mientras vivan. Ganamos la guerra a España. El Estado chileno quiso exterminarnos y nos tachó de vagos, maleantes y borrachos, pero nuestro modo de organizarnos y luchar nos hizo sobrevivir. Hoy somos ciudadanos de la nación mapuche
LLUÍS AMIGUET – 28/07/2004

-Ni un solo soldado español consiguió cruzar el río Biobío. Los mapuches los frenamos allí durante más de dos siglos.

–Ustedes no tenían armaduras ni pólvora ni caballos.

–No, pero estábamos organizados. Ser organizados nos salvó del genocidio.

–Recuerdo La Araucana: Caupolicán… ¡y después llegó el gran Lautaro!

–Tuvimos toquis, generales que agruparon a los más de dos millones de mapuches que ocupaban lo que hoy es el sur de Argentina y Chile, pero nuestra fuerza no estaba en el caudillaje. Si hubiera sido así, con matar al general, los españoles hubieran ganado.

–Es lo que solían hacer.

–Los españoles concebían el mundo desde Dios hacia abajo y sólo creían en estructuras verticales de poder. En cambio, para nosotros la energía estaba en todas partes. Cada mapuche era general y soldado. Las crónicas explican cómo los españoles arrasaban los poblados, mataban a los guerreros y daban suplicio a los toquis, y al día siguiente había otro general y otro ejército mapuche presentándoles batalla.

–Inaccesibles al desaliento.

–No éramos inmortales. Lo que sucede es que teníamos una estructura horizontal y reticular de la organización militar y los mandos eran rápidamente sustituidos por otros guerreros con inteligencia sistémica y comunitaria. Por eso pudimos resistir a un ejército como el español, tecnológicamente muy superior, armado con pólvora, armaduras y caballos, pero organizativamente muy arcaico.

–¿Y cómo acabó la guerra?

–Con un pacto. Los españoles reconocieron nuestra existencia como pueblo y nuestros derechos en 1652 en el tratado de Quillín: nos cedieron 10 millones de hectáreas.

–¿Y lo respetaron?

–Se lo hicimos respetar más o menos hasta las independencias argentina y chilena. El Estado criollo nos considera enemigos naturales que deben eliminarse físicamente. Inician una política genocida. El general argentino Roca asesina con engaños y trampas a las familias mapuches: cientos de miles de personas son masacradas mientras duermen en degollinas salvajes. Quienes no huyen, mueren.

–¿Y en Chile?

–Primero nos utilizan como carne de cañón para su guerra del Pacífico contra Bolivia y Perú: 800.000 soldados mapuches defienden las fronteras chilenas y las ganan. A su regreso, son desarmados y asesinados en masa por otro salvaje genocida, el coronel Saavedra. Muchos huyen del valle central a refugiarse a las cordilleras o al sur. Desde allí mantienen una continua guerrilla que se prolonga contra los colonos.

–Historia terrible.

–Morimos luchando. Todos los fuertes chilenos son atacados y arrasados por los mapuches al menos en alguna ocasión excepto el de Temuco. El gobierno racista envía un emisario a Europa en los años veinte a ofrecer nuestra tierra a colonos y llegan alemanes, italianos… Los alemanes traen perros adiestrados para sacar a los indios de las nuevas haciendas. El genocidio prosigue.

–Pero ustedes resisten.

–Aguantamos y luchamos contra los paramilitares y el ejército regular. Pero poco a poco también surge un mestizaje y algunos mapuches llegan a ocupar cargos en la administración y el Parlamento chilenos. La Iglesia actúa desde los años veinte como una organización paraguas de los mapuches. Sobre todo algunos curas vascos que entendieron lo que era ser un pueblo perseguido.

–¿No se cristianizan ustedes?

–Muchos sí. Nosotros no. Para nosotros el mar, la tierra, el río o los árboles y todo cuanto les rodea son las conexiones con la energía universal y las pasarelas por las que volveremos a la vida cuando muramos y pasemos por el más allá: si esas pasarelas se dañan, no podremos volver.

–La ecología es ya no sólo la supervivencia, sino también la eternidad del individuo.

–Por eso luchamos. En los años sesenta, el Chile de Allende nos abre una nueva vía de esperanza con la reforma agraria y convierte a muchos mapuches en parcelistas.

–Pinochet se encargará de retroceder.

–Salvajemente. Nos devuelve al gueto de lo indeseable junto al cliché del indio borracho, vago, polígamo, pendenciero que debe morir para que nazca el nuevo chileno. En fin, todas las dictaduras son la misma dictadura sangrante contra el género humano.

–¿Y después de Pinochet?

–Con la democracia, el presidente Alwyn firma el tratado de Nueva Imperial y abre otro camino, pero las oligarquías responden con un poderoso lobby que denigra nuestra imagen y reduce el censo de más de un millón de mapuches en 1992 a medio millón en el 2002. ¡Es un genocidio estadístico!

–El imperio contraataca.

–Con astucia. Logran que muchos mapuches se avergüencen de su condición de indígenas asociada a todas las lacras imaginables y la ocultan al censarse, porque es más respetable ser chileno sin más. ¡Es el momento de luchar y organizarse por el orgullo mapuche!

–Sólo las raíces permiten elevarse.

–Reunimos el Congreso Mapuche en octubre del año pasado y nos constituimos en pueblo soberano y renunciamos a la violencia.

–Una renuncia muy inteligente.

–Y apostamos por la prosperidad. Podemos crear negocios; tenemos la tierra y las estructuras comunitarias para crear y repartir riqueza. Cuando la consigamos, el Estado acabará por reconocernos plenamente. Y ahora viajamos por el mundo, como aquí a Barcelona, donde visitamos su Parlament.

La incesante agonia del mundo indigena

Eran los dueños de paraísos terrenales definitivamente perdidos. Eran unos 250 millones de aborígenes repartidos en cinco mil culturas que vivían en armonía con la Tierra, una forma de vida que el hombre ha perdido. Todo fue así durante miles de años hasta que los “blancos” descubrieron la riqueza de sus patrimonios y se lanzaron sobre sus bosques, construyeron minas y caminos, asesinaron en masa e importaron enfermedades. En cien años sólo sobrevivirá la mitad de estos pueblos.

“Los indios son unos imbéciles y unos holgazanes que ocupan demasiada tierra. Un lujo folklórico que ninguna nación moderna, con aspiraciones de desarrollo, puede permitirse”. Estas palabras, pronunciadas hace no mucho tiempo por un secretario de Justicia de la región brasileña de Mato Grosso, resumen cuál es la situación de los pueblos aborígenes.

En los últimos meses han sido asesinados 55 indios asháninka en Perú, setenta yanomamis en Brasil, más de mil indígenas de las colinas Cittagone (Bangladesh), casi cincuenta en Sudán… La veda está abierta. Los aborígenes sobran. Son perseguidos como animales y se encuentran en grave peligro de extinción.

El hombre olvida muy de prisa sus errores. Cuando la biblioteca de Alejandría se consumió entre las llamas, los cimientos de la cultura occidental se conmovieron. Se había perdido gran parte de la memoria de un pueblo; 1.600 años después la biblioteca de Sarajevo ha corrido igual suerte, destruida esta vez por una guerra entre hermanos. Es la fragilidad con que se conserva el archivo de la vida.

Una tragedia que se repite todos los días. Cada vez que en un pueblo indígena muere un anciano, una biblioteca se quema. Un vasto registro de sabiduría y conocimientos que, lamentablemente no merece la atención del resto del mundo.

Los aborígenes son demasiado insignificantes para la sociedad moderna. Viven en armonía con los animales y las plantas, en plena naturaleza, y no desean mantener relaciones con la supuesta civilización. No compran automóviles. No ven la televisión. No siguen las imposiciones de las modas. No tienen farmacias. No confían sus ahorros a los bancos. No votan. Son los últimos hombres libres. Los dueños del paraíso. Son distintos, y están condenados a desaparecer.

En el mundo “civilizado” no hay lugar para aquellos que no se someten a la esclavitud del dinero. Aquel que no “consume” comprando lo que no necesita, no merece existir. Aquel que no se somete a la esclavitud del “empleo” desperdiciando la mayor parte de su vida en tareas que no le agradan y que sólo benefician a otros: es un vago indeseable , no merece existir.

La meditación, la contemplación de la naturaleza y el disfrutar la vida son delitos censurables y penados por las leyes como vagancia. ¿ Los “blancos” se han olvidado de ser humanos, convirtiéndose en máquinas?.

Los aborígenes son los últimos HUMANOS.La ONU ha declarado a 1993 Año Internacional de los Pueblos Indígenas, pero no parecen buenos tiempos para confraternizaciones. El genocidio cultural y físico continúa. De los más de cinco mil millones de personas que viven en el mundo, 250 millones son aborígenes. En total son cinco mil culturas indígenas, casi el 95 por ciento de la diversidad cultural del planeta. La deforestación, la minería, la contaminación, la construcción de represas, los gobiernos intransigentes y sus todopoderosos ejércitos… Demasiados enemigos para unas gentes que basan su fortaleza en el contacto directo con la naturaleza y la espiritualidad.

Algunos antropólogos son pesimistas: dentro de cien años sólo habrá sobrevivido la mitad de estos pueblos. ¿Por qué se les llama indígenas? Porque fueron los primeros en vivir en unas tierras libres, posteriormente colonizadas por extranjeros. Ahora son prisioneros en sus propias casas. Richard Nerysoo, inuit, da una explicación aún más sencilla: “Ser indio es importante, porque hay que ser capaz de vivir de una manera muy especial. Quiere decir vivir en armonía con la tierra, con los peces y los pájaros, como si fueran nuestros hermanos. La tierra es una vieja amiga, lo fue de tu padre y lo será de tus hijos. Es el centro de nuestras vidas”.

Desde 1900, noventa de las doscientas tribus de indios norteamericanos han desaparecido. No son tan lejanos los días en los que los grandes militares norteamericanos cabecillas de un expolio histórico, consideraban que el único indio bueno era el indio muerto (Sherman). Tampoco son lejanos aquellos en que un “civilizado” presidente argentino llamado Sarmiento sostenía que: la sangre de indios y gauchos, los “bárbaros”, sólo sirve para regar la tierra. Los indios de Tierra del Fuego fueron totalmente exterminados para quitarles sus tierras por estancieros como los Menéndez, que organizaban cacerías humanas promocionadas en periódicos de Francia. Parece que todo sigue igual. Algunos presidentes de Argentina toman como modelo al etnocida Julio Argentino Roca, exterminador de millares de mapuches, tewelches, guaraníes y tobas.Es un hecho que la “justicia” de los blancos, subordinada a los intereses del poder, es arbitraria e inicua con los mismos blancos. ¿Qué pueden esperar entonces de ella los aborígenes, los “salvajes” “primitivos”?…

Una parte demasiado grande de la historia se ha escrito sin tener en cuenta a los aborígenes. Cuando Cristóbal Colón creyó haber llegado a las Indias por una nueva ruta, bautizó a los habitantes del lugar, el Caribe, como indios. Desde entonces, los errores se han sucedido. “Con sólo cincuenta hombres podríamos dominarlos y obligarles a hacer lo que deseemos”, acertó a decir el almirante a su regreso a España, y se convirtió junto a sus hermanos en el primer “blanco” genocida…

“Les dimos montañas cubiertas de bosques y valles llenos de caza”, recordaba un líder indio hace casi doscientos años. “¿Y qué dieron ellos a nuestros guerreros y a nuestras mujeres? Ron, baratijas y una tumba”.

“Los consideramos como hermanos, abrimos nuestros pechos y les entregamos nuestro corazón. Y ellos ¿que hicieron?, se aprovecharon de nuestra nobleza y nos lo arrancaron y se lo dieron a comer a sus perros”, decía un cacique mapuche

“¿ Qué se puede esperar del blanco? Mentiras, robo, opresión y la muerte”.

Los indios han sido utilizados por el hombre blanco para los fines mas diversos. Los primeros antropólogos los consideraron simples salvajes, caníbales sin escrúpulos capaces de las mayores atrocidades. Pero eran eran perfectos para posar junto a ellos y hacerse magníficas fotografías, que sin duda engrandecieron las paredes de sus bibliotecas y sociedades geográficas.

Posteriormente, los misioneros trataron de librarles de sus depravadas costumbres, dignas de animales y no de personas, pero no pudieron hacerles ver con el ejemplo que el buen camino pasaba por la religión. Los filósofos del siglo XVIII fueron los primeros en descubrir en ellos rastros de primitiva sabiduría. Su relación con la naturaleza les pareció admirable.

Actualmente, muchos ecologistas los han convertido en bandera de sus reivindicaciones. La naciones americanas en su período de independencia los usaron como símbolo de esta tierra contraponiéndolos a la Metrópoli, para después -cuando ya no eran útiles- destrozarlos en atroz genocidio.

Hoy los partidos políticos los usan en sus campañas electorales, y una vez recogidos los votos ya no recuerdan las promesas efectuadas ni aplican o reglamentan las “leyes indígenas” promulgadas.Invadidos, pero no conquistados. Esta frase resumió la opinión indígena durante la celebración del V Centenario. Para muchos de ellos han sido quinientos años de resistencia. Heridos para siempre, se enfrentan ahora a lo que puede ser el holocausto. Es la desesperada defensa de unos pueblos que tienen derechos a dirigir sus vidas simplemente porque estaban aquí primero.

Russell Means, jefe de los sioux de las Colinas Negras (Black Hills) de Dakota del Sur, aprovechó una visita a España para confesar que estaba cansado “de ser considerado un salvaje primitivo”. “No soy un objeto turístico”, continuó diciendo “…soy una persona”. Faltaban sólo unos días para que fuese el Año Internacional de los Pueblos Indígenas. Se celebraba el V Centenario, “un insulto para los pueblos indios”. Cuando llegó Colón a América vivían en Estados Unidos y Canadá alrededor de diez millones de indígenas. Han sobrevivido menos de un millón y medio.

Cuatrocientos mil viven en reservas, y un millón han tenido que abandonar sus tierras y repartirse por los barrios marginales de las grandes ciudades.

“Los indios viven peor que cualquier otra etnia. Tenemos los mayores límites de desempleo, mortalidad, alcoholismo…”.”¿Qué es una “reserva” indígena, una “comunidad” o una “reducción”? Es el término eufemístico que usan los blancos para llamar a los CAMPOS DE CONCENTRACIÓN donde nos han metido prisioneros, una forma de matarnos lentamente” nos decía un ilustrado mapuche.

En África, Asia y Oceanía, la situación aborigen no es mucho más optimista.Pigmeos (Zaire, Congo, Gabón), bosquimanos (Botsuana y Namibia), vedas (Sri Lanka), karen (Birmania y Tailandia), kalingas y bontoc (Filipinas), sarawak (Malasia), maoríes (Nueva Zelandia) y tasmanios (Tasmania), entre otras muchas etnias, se han convertido en supervivientes. En Chile se debaten en una supervivencia cada vez más arriesgada cerca del millón de mapuches. En Argentina sobreviven algo más de quinientos mil aborígenes, tomando en cuenta los que viven en comunidades con identidad definida. Alrededor de 150 mil kollas conforman el pueblo más numeroso. Le siguen los tobas (unos 78 mil), los mapuches (72 mil) y los matacos (47 mil) (cifras oficiales). Luego, hay grupos más pequeños, y entre todos, reúnen un espectro de más de media docena de etnias diferentes El gran problema de todos ellos es la tierra que pisan, el lugar donde vivieron sus antecesores, el sitio donde ellos desean criar a sus hijos y morir.

¿Paraíso o infierno? La pregunta no tiene respuesta. Viven en lugares maravillosos, pero no son libres. No pueden decidir sobre lo que es suyo. Dominan la tierra, y saben utilizar sus recursos sin llegar jamás a esquilmarla. Son capaces de identificar los diferentes tipos de suelo, de forma que evitan los más débiles y aprovechan los fértiles. Además, cada cierto tiempo cambian de cultivos y de terrenos, permitiendo que la naturaleza se recupere. Todo esto no sirve de nada. Los gobiernos de los países en los que les ha tocado vivir los consideran prehistóricos, y piensan que su presencia es un paso atrás en el camino hacia un futuro occidental. El derecho a la libre determinación de los pueblos y la soberanía no existen para las naciones indígenas.

Muchos países le asignan por la fuerza la nacionalidad del estado invasor. No son tobas, mapuches o guaraníes, son argentinos, paraguayos o chilenos; perversa forma de negar la existencia de naciones soberanas preexistentes, malicioso proceder de los Estados “blancos” para evitar cuestionamientos a su legitimidad.

En Bangladesh, las fuerzas políticas creen “que la raza no puede ser fuerte si se continúa mezclando con esos indios tan feos”. Racismo en estado puro.

En el mes de abril del pasado año, un grupo de militares de ese país realizó una nueva incursión en un pueblo de la región de las colinas de Chittagong, la reserva para indígenas creada en la frontera entre Bangladesh, India y Birmania. Entraron en una aldea llamada Logang y obligaron a todos los habitantes a entrar en sus casas. Después prendieron fuego a las viviendas. Alrededor de 1.200 personas, la mayoría mujeres, niños y ancianos, fueron quemadas vivas, lo mismo se hizo muchas veces en la Argentina y Chile con los mapuches.Los supervivientes de este pueblo-colmena, en el que estaban reunidos desde el año 1989 indígenas de veinticinco etnias diferentes, no podían ocultar su dolor: “No tienen suficiente con arrojarnos fuera de nuestras tierras, y se divierten matándonos con sistemas que nosotros seríamos incapaces de utilizar para capturar animales”.

El gobierno de Bangladesh tiene prohibida la entrada a esta región a los extranjeros. Los periodistas no visitan jamás la zona, y las autoridades informan sólo cuando no han podido silenciar la noticia. Violaciones, torturas, asesinatos. El horror no quiere testigos. Nadie sabe cuántos indígenas han muerto en Chittagong, pero las organizaciones humanitarias hablan de decenas de miles.

Hasta sus voces están condenadas a muerte. Un estudio del Instituto de Tecnología Lingüística de Massachusetts confirma que tres mil de las seis mil lenguas que se hablan en el mundo se perderán porque los jóvenes no las hablan. “Nos prohiben enseñar a nuestros niños nuestra hermosa lengua en la escuela” dice el cacique mapuche Amaranto Aigo de Ruka Choroy.Una tragedia que no viene sola: al ser culturas no escritas, perderán para siempre sus tradiciones, sus conocimientos sobre medicina y naturaleza… Sólo trescientas lenguas tienen el futuro asegurado.

Los indígenas son los más discriminados, la discriminación sufrida por los judíos y las mujeres es mínima al lado de la que sufren los aborígenes. En Perú, en Bolivia, en Ecuador, en Brasil, en México son considerados menos que animales. En Argentina, país con aspiraciones raciales nórdicas, se niega que haya indígenas. Los anuncios publicitarios en los medios de comunicación siempre muestran personas rubias y de ojos celestes, y sin embargo la mayoría de los habitantes de ese país son de piel cobriza, pelo y ojos obscuros. Sólo cuando se mezclan los colores de las razas, se obtiene el verdadero color de la tierra En ese mismo país el Registro de las Personas se niega a registrar los recién nacidos con nombres indígenas, a pesar de existir una ley que ampara ese derecho. Sin embargo no se pone el menor reparo cuando se los inscribe con nombres exóticos y grotescos. Allí también, las religiones indígenas no está inscriptas en el Registro de Culto, por lo tanto jurídicamente su ejercicio no está permitido. Cientos de sectas de incierto origen y nebulosa calidad, en cambio, están matriculadas y protegidas.

En Paraguay se prohibe a los indios en muchos sitios, manejados por misioneros cristianos, la práctica de su religión ancestral. La Constitución de la Argentina, en uno de sus artículos, señala que se promoverá la conversión de los indígenas a la religión católica. A los indios se les arrebató todo su patrimonio material, ahora se les pretende destruir lo último y lo más valioso que les queda: su patrimonio espiritual.

Si un judío o un negro es discriminado se alzan cientos de voces en protesta, si un indio es apaleado e insultado todos callan y miran hacia otro lado. Si se habla de genocidio, solo se recuerdan los seis millones, mayoritariamente judíos, exterminados por los nazis; pero nadie menciona los 60.000.000, (SÍ USTED LEYÓ BIEN 60 MILLONES) de indígenas americanos exterminados por los blancos, sin la menor exageración numérica, ¡un verdadero holocausto hitleriano pero con un 1.000 % más de víctimas!.La opresión transforma a los hombres en supervivientes. Y algunos se niegan a aceptar ese papel.

Por primera vez en la historia, los indios se están suicidando. Un yanomami de veinte años se quitó la vida la pasada primavera comiendo frutos venenosos. Había perdido a su mujer y a sus hijos, víctimas de una enfermedad introducida por los mineros. Marcos Pellegrini, médico durante diez años en tierras yanomamis, está convencido de que “no es una muerte accidental”. “Conocen desde muy pequeños las plantas y los animales venenosos”, continúa diciendo, “y nunca cometen errores de este tipo. Además, no es el único caso. Lo que sucede es que no soportan la presión a que les están sometiendo…”.

Muchos indígenas ya han dicho basta. Están dispuestos a morir por su tierra. Un total de 22.500 familias del valle Narmada, en la India, han asegurado que no quieren abandonar sus casas para que el gobierno construya el embalse de Sadar Sarovar. Pero los muros miden ya sesenta metros y provocarán graves inundaciones con las primeras lluvias monzónicas.”Somos hombres, no animales o cosas que el gobierno pueda mover a su voluntad”, afirmó un habitante del valle Narmada. Prefiere morir ahogado, en su casa, a hacerlo de hambre, sed o enfermedades en los lugares asignados para su asentamiento. Una vez finalizada, la obra habrá desplazado a sesenta mil nativos, y sus aguas beneficiarán principalmente a industrias y a núcleos urbanos. Los mapuches pewenches del valle del Alto Bío-Bío, en Chile, se encuentran en una lucha similar. Ya hay 144 mapuches en prisión por defender las tierras donde reposan los huesos de sus padres y preservar el vital ecosistema. Pero los intereses económicos no entienden otra cosa que no sea la ganancia y los gobiernos hacen oídos sordos.

¿Es un pecado querer vivir en paz con el planeta?. Acorralados por la cultura dominante, y empujados de sus territorios por ambiciones sin escrúpulos, los indígenas del mundo y su amplio espectro de etnias continúan marchando por el camino de una lenta agonía que los lleva hacia el abismo de la extinción. Pero aún siguen siendo libres a su modo: son los últimos HOMBRES en armonía con la Naturaleza.(basado en un artículo publicado enEl País, de Madrid) por AUKANAW

ElSagrado árbol Pewen

y el Sagrado volcán Llaima (Pewen Mapu)

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70 años de olvido

70 años de olvido

LEVANTAMIENTO CAMPESINO EN RANQUIL

“Y yo he venido a buscar la espantosa verdad de 1934, entre otras cosas, para que los chilenos sepamos de una vez por todas quienes somos los chilenos, que hicimos y que es lo que se nos oculta de nuestra propia historia. Porque los acontecimientos de 1934 jamás entraron en la historia oficial”. Patricio Manns, “El Memorial de la Noche”.

Por Renato REYES / Azkintuwe

El invierno en la cordillera de Lonquimay es siempre terrible, pero en aquel invierno de 1934 lo fue mucho más y la gelidez de la montaña parece que también terminó congelando la memoria histórica de un episodio que unió, tal vez por única vez, a mapuche-pewenche y campesinos chilenos pobres. Se trata de la más olvidada y no por ello la menos terrible de las matanzas gestadas desde el Estado chileno contra aquellos que se oponen a los designios del poder.

Desde mediados de junio de aquel año, hasta bien entrado el mes siguiente, el Alto Bío Bío se tiñó de sangre mapuche y chilena, luego de que casi un millar de habitantes de esa zona se alzaran en armas contra el gobierno de Arturo Alessandri y con la venia del Estado chileno, de los ancestrales territorios pewenche de la alta cordillera. La represión no se hizo esperar y Carabineros de Chile hizo su entrada triunfal en los avatares represivos, sofocando el alzamiento, para luego asesinar cobardemente a casi 500 prisioneros que se habían rendido al verse derrotados.

El despojo de tierras mapuche iniciado en la segunda mitad del siglo XIX con la “Pacificación de La Araucanía”, tiene su momento cúlmine en las tres primeras décadas del siglo siguiente, cuando el Ministerio de Tierras y Colonización, creado por el Estado chileno, terminó su labor de “redistribución” de las tierras usurpadas en el Gulumapu, generando toda una masa de mapuche empobrecidos que, en territorio pewenche, eran arrinconados cada vez más arriba en la cordillera. A ellos se unía un cada vez más creciente número de colonos chilenos pobres que terminaron habitando el mismo espacio de los pewenche y sobre todo compartiendo las mismas miserias de éstos. Ello llevó a que los colonos chilenos, agrupados en el Sindicato Agrícola de Lonquimay, solicitaran al gobierno la entrega legal de un predio en la localidad de Nitrito, que habitaban varios chilenos y pewenche desde hacía más de una generación.

La Sociedad Puelma Tupper reclamó para sí la propiedad de las tierras y exigió una orden judicial de desalojo, basada en la prerrogativa jurídica de que quienes habitaban el lugar no tenían títulos de propiedad. Ante ello, los habitantes del lugar propusieron al Estado que comprase las tierras al reclamante y ellos a su vez pagarían al primero, en un plazo prudente, el valor de éstas. Sin embargo, mientras se realizaban las negociaciones, Carabineros comenzó a hostigar a los campesinos, utilizando contra los hijueleros todos los abusos y formas de atemorizamiento posibles. Cuando las tierras estaban recién cultivadas y comenzaba el duro invierno cordillerano, llegó la fuerza represiva a desalojarlos, destruyendo cercos e incendiando los ranchos, expulsándolos sin misericordia y conduciéndolos hasta terrenos estériles, más arriba de la misma cordillera, sin alimentos ni habitación.

En Nitrito, Ranquil, Quilleime, Lolco y Trubul, los campesinos se unieron en defensa de los expulsados, recibiendo el apoyo de los mapuche de la reducción Maripe, cuyo lonko Ignacio Maripe, quince años antes había perdido sus tierras en el mismo Fundo Ralko. Según se consigna en documentos de la época, este lonko pewenche fue salvajemente torturado en vida, sacándosele los ojos, cortándosele la lengua y las orejas hasta dejarlo exánime. Tal como se consiga en documentos, relatos y sobre todo en la prensa chilena de la época, el principal líder del alzamiento fue el profesor de castellano José Segundo Leiva Tapia, que habiendo estudiado en Santiago regresó a la zona para dedicarse a la “agitación social” e imbuirse de la cultura mapuche.

Por lo mismo, parte de los alzados correspondían a campesinos mapuche-pewenche, hecho que queda consignado en una información aparecida el domingo 1º de julio en el diario La Nación y que daba cuenta de la activa presencia mapuche, con el sugestivo titular de: “Alrededor de cien indios combaten en las filas sediciosas”. De igual forma, el listado final de detenidos, publicado el 20 de julio en la prensa nacional consigna la presencia de al menos una decena de mapuche que fueron pasados posteriormente a los racistas tribunales de justicia chilenos.

Más de medio millar de asesinados

Avanzado ya el invierno, en junio de 1934, la desesperación, el hambre, el frío y el odio, dieron paso a la revuelta. Varios miles de campesinos y mapuche, armados de viejos fusiles y escopetas, asaltaron las pulperías y bodegas de los latifundios cercanos, y asumieron posiciones de enfrentamiento. El 29 de junio, el diario La Nación titulaba “Armados Avanzan sobre Lonquimay” y el decano patronal de la prensa nacional, El Mercurio, titulaba cuatro días más tarde: “Se acentúa la gravedad de
los sucesos del sur”, en clara alusión al avance de los campesinos alzados en armas por su dignidad.

El historiador Ricardo Donoso, desde su particular visión política, dice de ello en su libro ‘Alessandri, Agitador y Demoledor’: “Un grupo de inquilinos del Fundo Ranquil, levantados en armas, abandonaron sus tierras y en una semana se desparramaron en una extensión de 150 kilómetros, pasando a cuchillo a pulperos, mayordomos y propietarios que intentaron oponérseles”. El gobierno movilizó para sofocar la rebelión a tropas policiales desde Temuko, Victoria, Mulchén y Santa Bárbara, con el apoyo de aviones de la Fuerza Aérea.

En piquetes de 20 carabineros, las fuerzas represivas se internaron en la zona, en una primera etapa de poca eficacia, pero que más tarde con el apoyo de 100 policías venidos desde Santiago al mando del propio Director General de Carabineros, Humberto Arriagada Valdivieso, endurecieron su accionar represivo, cometiendo toda clase de abusos. En una maniobra de arrinconamiento de los rebeldes, que desde el lado sur eran atacados por las tropas al mando del Comandante Délano Soruco y por el norte, desde Mulchén, bajo el mando del propio Arriagada, enfrentaron acciones sumarias y muchos fueron pasados por las armas a pesar de haberse rendido ante las fuerzas militares.

A principios de julio, un grupo rebelde seguía manteniéndose fuerte en los cerros de Llanquen. Los que sobrevivieron a los fusilamientos indiscriminados fueron apresados o huyeron hacia la cordillera, abandonando a sus familias. Las mujeres que se quedaron en los improvisados campamentos fueron violadas y erradicadas para siempre
con sus hijos de la zona. El gobierno los acusó de “bandoleros y subversivos”, justificando de ese modo la brutal represión desatada contra ellos. Según el Senador Pradenas, -parlamentario por Temuko en aquella época- resultaron detenidos 500 personas, de las cuales sólo 23 llegaron a la capital de la provincia de Cautín, ciudad en la que se inició el proceso judicial. Sobre el destino de las personas detenidas que no llegaron al juicio, no existe una versión oficial y se les da por muertos, que se vienen a sumar a los que cayeron durante los enfrentamientos registrados en la montaña.
Muchos de los que sobrevivieron, chilenos y mapuche, tras duras jornadas escapando por la cordillera, terminaron dispersos en estancias o en los huertos de Neuken y Río Negro donde rehicieron sus vidas, luego de cruzar hacia el Puelmapu tras padecer indescriptibles fatigas y penalidades. Al final, tal como ocurrió muchas veces en la agitada vida política del Chile de los años ’20 y ’30, el olvido y las infaltables leyes de amnistía terminaron por echarle tierra a la masacre, olvidándose de ello una sociedad entera… tal como antes, tal como después…

* Reportaje publicado en el Periódico Mapuche Azkintuwe, Julio de 2004. Pág. 7.
Kolectivo Mapuche Lientur / http://www.nodo50.org/kolectivolientur

informe de la situacion…asunto de rebeldia

De: sietevientos (Mensaje original) Enviado: 10/02/2004 11:36
informe de la situacion…
el dia viernes,luna llena mediante hicimos el temazcal de mujeres.
ha sido una bella experiencia…
llegaron diez mujeres de diferentes edades..algunas buscando Madres, otras buscando HIjas…otras cargando sus dolores..y otras sus enfermedades terminales.
cuando anunciamos en otro foro este asunto del temazcal solo para mujeres hubo alguna voz que aullo fuertemente…me acusaron de bruja!!!!!
vaya…..seria vidente???jajajajajajjaja…sigo seriamente….se me llamo a respetar la tradicion a lo que he respondido que por el momento solo escuchaba a burjas mayores y en ese estadio esta una cheyenne anciana…los que cargan titulos universitarios me tienen sin cuidado.
todo transcurrio de una manera… femenina….suave y fuerte a la vez…dulce y agresivo…como un parto.
volveremos a “traicionar” la tradicion la proxima luna llena….no solo porque somos rebeldes sino porque necesitamos sanar para poder acompañar a nuestros compáñeros estando mucho mas sanas.Necesitamos tener nuestra “tierra” en conndiciones para ser sembradas en paz…
saludos
aymara

otra del foro internacional de la hoja de coca

De: sietevientos (Mensaje original) Enviado: 14/02/2004 23:30
FORO INTERNACIONAL DE LA HOJA DE COCA
“El Uso Legal de la Hoja de Coca”

Julio 2005 – Cusco/Perú

“…porque pues Dios la crió en esta tierra más que en otra,
debió de ser necesaria para los naturales de ellas,
pues Dios no hizo cosa por demás, ni sin algún efecto…”

Juan de Matienzo
Siglo XVI

Durante milenios nuestra Hoja Sagrada, la Hoja de Coca (Erythroxylum coca, Erythroxylum novogranatense) ha sido un recurso nutricional y saludable estimulante general para los pueblos andinos así como un elemento importante en la tradición, cultura e identidad de los mismos, de acuerdo a las evidencias arqueológicas e históricas que datan desde 3000 años antes de Cristo.

La campaña psiquiátrica triunfante (OMS, 1952-1953) convalidada por la Convención Unica de Estupefacientes (Nueva York, 1961) y adoptada por el Gobierno del Perú, estigmatizó el uso de las Hojas de Coca como “adicción”, “toxicomanía”, “farmacodependencia”, “uso indebido”, desprestigiando a la costumbre ancestral.

Lo absurdo de esta situación, que efectivamente impide el desarrollo, destruye las instituciones, y vuelve a la Hoja de Coca parte de un proceso de mercantilización maligna de todo el planeta, lleva muchas mentes inteligentes a proponer una legalización, que por cierto acabaría con los peores aspectos del régimen actual, y en especial con la lógica criminalizante, que afecta a tantos ciudadanos pobres, tanto en el campo como en la ciudad.

La Hoja de Coca ingerida en forma natural, no produce toxicidad grave ni genera dependencia. Por el contrario, es un anestésico, estimulante y vigorizante natural.

Ha llegado la hora de plantear el tema del cultivo y aprovechamiento de la coca en sus verdaderos términos, para encontrar la fuerza de la tradición y con ella la coherencia perdida. La industrialización de la Hoja de Coca y la expansión de la demanda serían metas fáciles de alcanzar si al convencimiento académico le siguiera la decisión política, en auténtica defensa de nuestra soberanía, puesta en entredicho hasta ahora.

Consideramos que es el momento oportuno para llevar a cabo el FORO INTERNACIONAL DE LA HOJA DE COCA, en Perú en Julio 2005, con el objetivo primordial de crear un mercado legítimo para esta sagrada y a la vez satanizada planta, enfocando el evento en el uso y aplicación actual de la Hoja de Coca en Salud y Nutrición, Cultura y Tradición, su impacto sobre el Medio Ambiente y los aspectos Legales que apoyan la injusticia actual.

Queridos hermanos están cordialmente invitados a acompañarnos y participar en este trascendental evento.

…Y claro… necesitamos de tu apoyo en el amplio sentido de la palabra!!!!
Esperamos tus sugerencias y/o aportaciones. Comunícate con nosotros.

info@comunidadtawantinsuyu.org

Pronto tendremos mayores detalles del FORO en nuestra página… www.comunidadtawantinsuyu.org

Para mayor información acerca de las bondades de nuestra Hoja de Coca, pueden visitar:

http://www.cocamuseum.org
http://www.lamolina.edu.pe/investigacion/cocachasqui
http://www.mamacoca.org
http://www.kuychiwasi.8m.com/

COMUNIDAD TAWANTINSUYU

Informe ecuador

De: sietevientos (Mensaje original) Enviado: 17/02/2004 0:32
Informe de la Movilización Nacional por la Vida, en Defensa de la Democracia, la Soberanía y la Paz

Quito, 16 de Febrero de 2.004

Imbabura:

Desde la madrugada de hoy en forma progresiva las organizaciones de la FICI, bloqueos de vías en los sectores de: Eugenio Espejo, Cajas, Pijal, entradas al norte y sur de Imbabura, ha desminuido por completo la circulación vehicular y se fortalece el bloqueo en la vías hacia Ibarra y Carchi.

Pichincha:

En los sectores de Cayambe (Mitad del Mundo), Pedro Moncayo se bloquearon las vías en la madrugada de hoy por parte de los miembros de base de la Federación de Pueblos de Pichincha FPP y los Pueblos Cayambis. En esta mañana se ha fortalecido los bloqueos en los sectores de la Bola, Ayora, Wachala, Cajas vía Tabacundo, no hay enfrentamientos con la fuerza pública, muchos de los bloqueos se produjeron desde la media noche. A partir de las 8h30 hay presencia de los militares en el sector de Cajas, para tratar de quitar los obstáculos de las vías.

En el sector de la Bola hay concentración de unas dos mil personas, en Ayora 500 personas. Radio Inti Pacha sufrió el corte de energía eléctrica, para así tratar de acallar la voz de todo un pueblo.

En Quito, los dirigentes nacionales a partir de las 9h00 se concentran en el local de la CONAIE con otros sectores, para hacer una breve evaluación del inicio de las movilizaciones y tomar nuevas acciones. Así mismo a partir 13h00 se convoca a todos los sectores a concentrase en el Arbolito (junto a la Casa de la Cultura) para la marcha en Quito y luego acompañar en la Vigilia junto a radio La Luna.

Cotopaxi:

La novedad más importante hasta esta mañana es la desaparición de 2 operadores de la maquinaria pesada del Consejo Provincial de Cotopaxi, cuando trataban de obstaculizar con sus maquinarias las vías, así mismo elementos de la policía y ejército trataron de incautar la maquinaria. Los dirigentes y autoridades de la provincia están realizando investigaciones para conocer los nombres de los desaparecidos y tomar acciones.

Desde ayer esta completamente militarizado toda la provincia de Cotopaxi, pero desde la madrugada hubo bloqueo de algunas vías, en el puente 5 junio y en toda la avenida bloquearon los sectores urbanos, la mayor concentración indígena del MICC será desde la 9h00 en las vías y en la ciudad de Latacunga en coordinación con la Prefectura de Cotopaxi y sus autoridades.

Chimborazo:

El MICH y otros sectores sociales se concentran desde las 10h00, en el parque Infantil de Riobamba, para luego hacer la marcha hacia la Gobernación. Luego realizaran asambleas para tomar resoluciones de acciones de acuerdo a la marcha nacional.

Bolívar:

Ayer realizaron una gran concentración en el centro de Guaranda en el local de la Prefectura, eligieron al Tayta Carnaval, con la participación de 17 zonas miembros de Fecab Brunari, así mismo eligieron a sus reinas. Las organizaciones manifestaron que junto con estas fiestas de Tayta Carnaval, también se unen a la gran Marcha Nacional convocado por la CONAIE y tomaran nuevas acciones para hacer sentir su voz de protesta.

Cañar:

La dirigencia de UPCCC se concentra esta mañana en su local, con sus dirigentes de bases, luego del medio día tomaran algunas resoluciones para participar en la movilización.

Azuay:

En el sector la Ramada, entrada a Zhiña km 49, desde la media noche fue bloqueada la vía principal por parte de las comunidades indígenas del Cantón Nabón. Las comunidades del cantón Cuenca con otros sectores se concentraran desde las 10h00 en el parque de San Blas para la marcha en la ciudad de Cuenca.

Loja:

En el sector de Saraguro, hay bloqueo de la vía principal Cuenca – Loja, por parte de las comunidades indígenas del Saraguro.

Zamora:

Delegados de todos los Cantones, se concentran en el centro de Zamora para realizar la marcha en protesta contra el gobierno, contra Pacifictel y para defender la desaparición de la Salud Indígena.

Reporte desde provincias hasta las 10h30, seguiremos comunicando los reportes de la Movilización

Dirigencia Comunicación

E C U A R U N A R I

A. N. P. E.

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foro internacional sobre la hoja de coca

FORO INTERNACIONAL DE LA HOJA DE COCA
“El Uso Legal de la Hoja de Coca”

4 al 8 de Abril 2005 – Lima/Perú

“…porque pues Dios la crió en esta tierra más que en otra,
debió de ser necesaria para los naturales de ellas,
pues Dios no hizo cosa por demás, ni sin algún efecto…”

Juan de Matienzo
Siglo XVI

Durante milenios nuestra Hoja Sagrada, la Hoja de Coca (Erythroxylum coca, Erythroxylum novogranatense) ha sido un recurso nutricional y saludable estimulante general para los pueblos andinos así como un elemento importante en la tradición, cultura e identidad de los mismos, de acuerdo a las evidencias arqueológicas e históricas que datan desde 3000 años antes de Cristo.

La campaña psiquiátrica triunfante (OMS, 1952-1953) convalidada por la Convención Unica de Estupefacientes (Nueva York, 1961) y adoptada por el Gobierno del Perú, estigmatizó el uso de las Hojas de Coca como “adicción”, “toxicomanía”, “farmacodependencia”, “uso indebido”, desprestigiando a la costumbre ancestral.

Lo absurdo de esta situación, que efectivamente impide el desarrollo, destruye las instituciones, y vuelve a la Hoja de Coca parte de un proceso de mercantilización maligna de todo el planeta, lleva muchas mentes inteligentes a proponer una legalización, que por cierto acabaría con los peores aspectos del régimen actual, y en especial con la lógica criminalizante, que afecta a tantos ciudadanos pobres, tanto en el campo como en la ciudad.

La Hoja de Coca ingerida en forma natural, no produce toxicidad grave ni genera dependencia. Por el contrario, es un anestésico, estimulante y vigorizante natural.

Ha llegado la hora de plantear el tema del cultivo y aprovechamiento de la coca en sus verdaderos términos, para encontrar la fuerza de la tradición y con ella la coherencia perdida. La industrialización de la Hoja de Coca y la expansión de la demanda serían metas fáciles de alcanzar si al convencimiento académico le siguiera la decisión política, en auténtica defensa de nuestra soberanía, puesta en entredicho hasta ahora.

Consideramos que es el momento oportuno para llevar a cabo el FORO INTERNACIONAL DE LA HOJA DE COCA, en Perú en Abril 2005, con el objetivo primordial de crear un mercado legítimo para esta sagrada y a la vez satanizada planta, enfocando el evento en el uso y aplicación actual de la Hoja de Coca en Salud y Nutrición, Cultura y Tradición, su impacto sobre el Medio Ambiente y los aspectos Legales que apoyan la injusticia actual.

Queridos hermanos están cordialmente invitados a acompañarnos y participar en este trascendental evento.

…Y claro… necesitamos de tu apoyo en el amplio sentido de la palabra!!!!
Esperamos tus sugerencias y/o aportaciones. Comunícate con nosotros.

info@comunidadtawantinsuyu.org

COMUNIDAD TAWANTINSUYU

Historia de una niña quechua

Mi nombre es Nayra Luna, tengo 10 años y he vivido siempre en Iquique pero fui por primera vez al pueblo (Mamiña) cuando tenía 17 días de nacida y desde muy chica supe que era indígena porque mi tata siempre me hablaba que era una cosa super buena porque uno se siente orgullosa de ser algo que te hace único en el mundo.

Hemos estado conversando con mi hermano Omar Atahualpa, que tiene 7 años, sobre como es ser niños quechuas y los dos decimos que nos sentimos especiales de tener nuestros antepasados en Mamiña.

Yo miro mis cerros con las terrazas que hicieron las manos de mis antepasados, veo las casas de piedra tan perfectas y aunque apenas sepa un poquito de mi historia y conozca sólo algunas palabras de mi lengua siento que Mamiña es el orgullo de mi vida, por eso les diría a otros niños que busquen su origen para saber que antepasados tienen, qué fueron, en qué trabajaron y aprender de ellos.

Vivir en el pueblo es muy distinto a la ciudad, en mi casa de allá no hay luz, ni televisión, pero nos entretenemos igual porque en el pueblo casi todos somos familiares y tengo muchos primos y tíos y ahí vive mi abuelita Pascuala Cautín que tiene 100 años, los ojos chinitos, la piel morena y usa una caña como bastón cuando sube y baja de los corrales donde tiene un montón de conejitos de todos colores.

Lo más bonito es el Carnaval, cuando toca la banda y subimos bailando tomados de la mano con todo el pueblo a un cerro bien alto y allá arriba comimos picante de conejo y luego bajamos con antorchas, llegamos a la cancha y nos tiramos challa (papelitos de colores) en la cabeza y todos se ríen felices.

Mi hermano dice que sería bueno que cuando se celebren fiestas patrias se hagan las fiestas de todos los pueblos de Chile porque aquí también hay historia y héroes, que no son guerreros pero que fueron capaces de cosas más grandes e importantes que ganar una batalla, como por ejemplo cultivar en terrazas en las laderas del cerro, hacer canales para el agua y sobre todo vivir en paz con la naturaleza y la comunidad.

Todo eso es muy lindo, pero hay que cuidarlo porque si no en un tiempo más nadie se va a acordar, por eso yo creo que todos los indígenas que vivimos en la ciudad no tenemos que olvidarnos de nuestra cultura, ni dejar de ir siempre a nuestras fiestas, de defender el agua y la tierra de las mineras, de escribir nuestras historias y cantar y tocar nuestra música para que así nunca se extingan.

Nota
Ser Indígena saluda el coraje y el ánimo de nuestra amiga Nayra que ha decidido sacar la voz y hablar por su pueblo. Niños como ella son el futuro de las naciones indígenas de nuestro continente.

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